Deco
Para o Lourenço.
Simpatizo com o Deco. O Deco gosta de fazer filhos. É público que tem vários de várias relações. Vê-se que o homem nasceu para aquilo. Ele vai na onda. Oiçam as escutas: aqueles hum-huns, sim-sins, presidente. O Deco estava-se nas tintas. Aposto que estava a fisgar a Jaciara. Convidaram-no para representar a selecção portuguesa. Ele fez umas contas rápidas, o escrete estava difícil, despachou os diligentes funcionários da federação com mais hum-huns, sim-sins, e voltemos ao que é importante, que o mundo precisa de mais gente. Claro que o Deco falhou o timing. No ano em que aceitou jogar pela equipa de todos nós (e se é de todos nós, também é do Deco, porque o Deco é um de nós e gosta de fazer filhos), o Porto de Mourinho começou a limpar a mobília da Uefa. Caramba, deve ter pensado o Deco, mais um aninho e estava na canarinha. Agora, cansado do frio londrino, das viagens constantes, o Deco diz que após o Mundial abandona a selecção. Nada de grave. Na verdade, ele nunca esteve lá. A cabeça do Deco, jogador genial como poucos que acariciaram os nossos relvados (jogadores como ele não pisam), nunca está no campo e muito menos em delírios patrióticos à la Pepe, com choros convulsivos e declarações de amor às quinas e demais bicharada mitológica. Não o acusem de não urrar o hino como um “lobo” do râguebi. Ele está apenas a gerir a carreira, a de fazer filhos, e para isso convém estar longe da voz professoral e contraceptiva do Sr. Queirós.