Literatura comparada
Creio que num post escrito há uns tempos o amigo eremita, um dos poucos prazeres que a blogosfera me proporciona, desancava um dos livros de João Tordo, o que é legítimo, necessário e instrutivo. Afinal, se andássemos cá para facilitar a vida aos nossos contemporâneos isto não teria piada nenhuma. No entanto, este pedaço de literatura comparada entre Melville e Tordo não tem nada da placidez bucólica de Ourique e, como crítica, é de tal forma desproporcional que não avilta Tordo como pretende, nem engrandece Melville como gostaria. Podemos criticar Inês Pedrosa e elogiar Virginia Woolf, mas o que é que se ganha ao comparar as duas? Nada contra os exercícios de demolição crítica, mas se for preciso cotejar Rodrigues dos Santos com Cervantes para sublinhar as fraquezas estilísticas daquele é porque andamos a ler os livros errados.